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A professora de MT que hoje ganha a vida como acompanhante

Nina Sag afirma que leis trabalhistas são essenciais à proteção das acompanhantes

Reprodução

Após atuar por cinco anos como professora de português e espanhol, a mato-grossense Nina Sag, de 38 anos, optou por conquistar a independência financeira como acompanhante profissional.

No ramo há seis anos, ela diz que hoje se sente realizada na profissão e que há uma urgência de leis trabalhistas que regulamentem e amparem as garotas de programa.

Nina conta que muitas das profissionais sofrem violências de seus clientes e acabam sendo negligenciadas pelas casas nas quais trabalham. As leis, então, ajudariam a tornar a prostituição menos hostil.


Nina Sag, de 38 anos, diz que se tornar acompanhante foi uma escolha e que não gosta de vitimismo na profissão

“No Brasil, a profissão só é legalizada pelo Ministério do Trabalho, mas não é regulamentada. Precisa de uma regulamentação para garantir direitos e proteger profissionais. Se uma mulher sofre violência doméstica, ela tem uma lei para amparar. Quando uma acompanhante sofre violência, na delegacia não te levam a sério. Você fica desamparada pela entidade que deveria proteger”, esclarece.


A acompanhante diz que, para proteger a própria integridade, é indispensável estar alerta aos sinais de agressividade dos clientes. Mesmo atenta, Nina já passou por situações desagradáveis.

“Um cara se dizia policial federal. No atendimento, esse cara me deu medo porque ele tinha um perfil paranoico. Ele ficou em pé, foi embaixo da cama, tirou uma arma e colocou em cima da mesa. Fiquei muito desconfortável, me deixou tensa”, recorda.

Segundo Nina, muitas profissionais que passam por essas violências ficam com sequelas que afetam a vida pessoal. A mais comum é a depressão, que faz as mulheres recorrerem à ajuda profissional. Além das danosas agressões físicas, as acompanhantes também são submetidas a ofensas verbais que ferem características como aparência física, idade, sexualidade e questões familiares.

Nina Sag destaca que um dos preconceitos mais atribuídos às garotas de programa é achar que elas não tiveram oportunidade ou potencial para crescerem na vida. Conforme a acompanhante, muitas estão no ramo por escolha própria.


“Eu sempre gostei do meu trabalho. Eu poderia fazer qualquer outra coisa, mas foi uma opção. Você não tem que se justificar. Parte disso [do preconceito] é culpa nossa, da categoria que não se posiciona. É muito raro escutar de uma garota ‘trabalho porque gosto’. As pessoas se sentem culpadas”, afirma.

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A profissional do sexo entrou no ramo em 2017 após o término de um casamento de dez anos. Antes de estrear, tentou tocar uma empresa de polpa de fruta e atuar como consultora de beleza, mas por “falta de insistência” – nas palavras dela – os negócios não deram certo. Como sempre gostou de sexualidade, pensou em se tornar acompanhante e, após seis meses estudando o cenário, decidiu começar.

Nina afirma que a autonomia financeira fornecida pela prostituição ajuda muitas mulheres a não se sujeitarem a absurdos

Ela se encantou com a vida de acompanhante ao comparar os rendimentos. Nina explica que, enquanto trabalhava com as polpas, passava o dia lidando com frutas para arrecadar diariamente no máximo R$ 200. Ao se tornar garota de programa, percebeu que arrecadava o mesmo valor trabalhando apenas uma hora. Dessa maneira, foi gradualmente conquistando a independência financeira que almejava.

“As meninas entram na profissão e ganham o dinheiro delas, percebem que essa autonomia financeira também dá autonomia emocional, porque você não se sujeita a muitas coisas. É um efeito muito oposto, as pessoas acham que com a prostituição você vai virar uma drogada”, explica.


Outro estereótipo muito associado às acompanhantes é de que elas não têm uma vida pessoal. Nina Sag conta que tem uma filha de 15 anos e que, diferentemente do que imaginam, a adolescente aceita a profissão da mãe, embora o processo de descoberta e explicação tenha sido difícil.

“Ela tinha 11 anos e na verdade ela não descobriu. Quando me separei, o pai contou para ela de uma forma desnecessária e outras pessoas falaram que tinha muito risco. Na época já trabalhava como acompanhante, ela não tinha idade para entender o que era essa profissão. Então expliquei ‘tem pessoas que querem ter uma companhia, então pagam a mamãe para namorar’. Eu contava na medida do possível”.

“Falei que passo o mesmo risco que teria sendo professora ou trabalhando de Uber. Hoje ela entende que é sexo. Sempre fui ‘mãezona’, não tenho fotos com ela no Instagram para ninguém fazer comentários maldosos e ela ficar mal. Ela sabe que não é bem visto na sociedade”, comenta.


A respeito de seus outros familiares, Nina explica que, por não ter mais os pais vivos, tem mais contato com as tias e com os irmãos. Todos sabem que ela trabalha como acompanhante, mas preferem não tocar muito no assunto por ser considerado algo polêmico.

Ela compartilha que, no começo da carreira, se intitulava “Nina Honorato”, mas precisou trocar para “Nina Sag” devido a um pedido das tias de que não carregasse o sobrenome da família.

Se reinventando na profissão

Nina esclarece que, atualmente, os programas são apenas uma renda-extra de sua vida financeira, pois ela trabalha há um ano como porta-voz do site nacional de divulgação de acompanhantes “Fatal Model”.

Indo além, a profissional também é apresentadora do PodCast “Acompanhadas” que é transmitido pelo YouTube e que recebe pessoas com visibilidade no ramo da sexualidade. Ela compartilha que a maior estrela que já receberam foi a ex-acompanhante Bruna Surfistinha – o vídeo contabiliza 68 mil visualizações. "No fim das contas, me ajuda nesse objetivo que sempre foi de melhorar a cara da profissão", resume sobre os trabalhos.



Além desses projetos profissionais, ela também trabalha voluntariamente como terapeuta sexual, atendendo principalmente garotas de programa que foram vítimas de violência e adquiriram sequelas mentais e emocionais. O grande diferencial, conforme Nina, está na experiência e na sensibilidade que ela tem sobre os casos.

“Muita gente me reclama que os psicólogos se limitam ao ‘público normal’. Aí chega, por exemplo, uma acompanhante com depressão ou um cliente com fetiches malucos e essa galera não sabe lidar, fica com preconceito. A cabeça que tenho hoje é aberta para entender todas as situações, isso acaba sendo o diferencial”, revela.

A acompanhante tem planos futuros além dos programas. Uma de suas metas, agora, é atender por apenas mais um ano e, posteriormente, se dedicar a outras questões da vida.

“Quero trabalhar mais um ano e depois quero muito ter um relacionamento. Já estou solteira há sete anos. Nem é a profissão que me impede de namorar, é encontrar homens que têm a cabeça aberta para entender. Hoje tenho muita independência financeira e emocional, os caras ficam inseguros”, conclui.

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